Pensei em Faltar à Psicoterapia: algumas resistências psicológicas comuns

 

A terapia é um processo profundo e transformador, mas nem sempre é fácil. Muitas vezes, os pacientes encontram resistências internas que dificultam a continuidade e o progresso das sessões. Identificar e entender essas resistências é o primeiro passo para superá-las. Abaixo, exploramos algumas das resistências mais comuns e oferecemos dicas de como lidar com elas.

1. Sensação de Estagnação

Um dos sentimentos mais comuns entre os pacientes é a sensação de estagnação, a impressão de que não estão evoluindo. Esse sentimento pode ser desmotivador e fazer com que o paciente questione a eficácia da terapia. Uma dica essencial é levar essa preocupação para o terapeuta e dialogar abertamente sobre ela. Muitas vezes, a estagnação pode ser um sinal de

resistência a implementar as técnicas e exercícios propostos pelo psicólogo. Trabalhar em conjunto para identificar esses bloqueios pode ser extremamente benéfico.

2. Percepção de Redundância

Outro ponto frequente é a percepção de que as sessões estão se tornando redundantes, com o paciente falando repetidamente sobre os mesmos temas. É importante analisar, junto ao terapeuta, se há outras questões subjacentes que sustentam essa repetição. Muitas vezes, a repetição pode indicar uma estagnação ou uma temática psicológica mais profunda que ainda não foi totalmente explorada. Esse é um momento crucial para o paciente e o terapeuta investigarem juntos.

3. Enjoo da Rotina

A rotina de ir à terapia pode, em alguns momentos, parecer enfadonha para o paciente. Enjoar da rotina, da necessidade de sair de casa e seguir o mesmo percurso pode ser uma barreira significativa. No entanto, é fundamental entender que a consistência e a disciplina são pilares importantes do processo terapêutico. A rotina, embora monótona em alguns casos, cria uma estrutura que facilita a exploração e a resolução de questões internas.

4. Sensação de Não Ter Nada para Falar

É comum que, em certos momentos, o paciente sinta que não tem nada relevante para falar durante a sessão. Esse sentimento é um engano. A terapia não se trata de resumir a semana ou relatar apenas acontecimentos marcantes. A regra de ouro é sentar e falar tudo o que vier à mente, sem filtro. Muitas vezes, os insights mais profundos surgem das conversas mais aparentemente triviais.

5. Desejo de Faltar para Descansar

A vontade de faltar uma sessão para descansar é uma resistência comum. No entanto, é crucial que o paciente compreenda a importância da disciplina na continuidade da terapia. Faltar às sessões pode interromper o fluxo do processo terapêutico e dificultar a progressão. Manter a regularidade das sessões é fundamental para alcançar os objetivos terapêuticos.

6. Sensação de Não Ser Compreendido pelo Terapeuta

Sentir que não está sendo entendido pelo terapeuta pode ser uma experiência frustrante. Nesses casos, é essencial que o paciente devolva essa percepção ao terapeuta, comunicando suas frustrações e sensações. Esse feedback é valioso, pois permite que o terapeuta ajuste sua abordagem e melhore a comunicação, facilitando um melhor entendimento mútuo.

7. Dificuldade com a Abordagem Terapêutica

Por fim, uma resistência mais complexa pode surgir quando o paciente sente que não está se dando bem com a abordagem terapêutica utilizada. Esse sentimento pode incluir aspectos das resistências mencionadas anteriormente e requer uma análise cuidadosa. É importante que o paciente discuta essa insatisfação com o terapeuta, explorando juntos se é uma questão de adaptação ou se talvez outra abordagem seria mais eficaz.

8. Expectativas Distorcidas Sobre o Tempo e Poder da Terapia

Muitas vezes, o paciente pode querer faltar às sessões porque não percebe mudanças imediatas em si mesmo. Isso pode ser resultado de expectativas distorcidas sobre o tempo necessário para ver resultados na terapia. É essencial conversar com o terapeuta sobre essas expectativas e entender que a terapia é um processo de médio a longo prazo. A evolução não acontece do dia para a noite, e cada pequena mudança contribui para um progresso maior.

9. Sensação de Já Ter Falado Tudo

Outro motivo que pode levar o paciente a querer faltar às sessões é a sensação de que já falou tudo o que precisava. No entanto, a terapia exige aprofundamento constante. Revisitar temas e explorá-los mais a fundo é crucial para a evolução terapêutica. O paciente deve compreender que sempre há mais a descobrir sobre si mesmo e que a repetição pode ser uma oportunidade para novas compreensões.

Conclusão

O paciente precisa entender que a terapia pode não ser divertida, pode ser chata, repetitiva, e até dar a sensação de estagnação. É normal sentir vontade de faltar, preguiça ou achar que não tem nada novo para falar. Esses são fenômenos naturais do processo terapêutico e não indicam incompetência do profissional ou falhas na abordagem. A adaptação a essas orientações e a perseverança são fundamentais para a evolução na terapia. A mudança e o crescimento pessoal são processos que requerem tempo, paciência e disciplina.

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